terça-feira, 19 de outubro de 2010

Mãe de Joanna: “Espero que ele seja acusado de homicídio e não só de tortura”

O texto abaixo é o conteúdo da entrevista publicada no Blog Mulher 7 por 7.
 http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/tag/caso-joanna/

Na última sexta-feira, a médica Cristiane Marcenal teve uma notícia boa e outra ruim. A boa foi a informação de que André Marins havia sido indiciado por tortura da filha Joanna, que morreu no último dia 13 de agosto de meningite e apresentava lesões pelo corpo, adquiridas no período em que esteve na casa do pai. A ruim foi a entrevista de André, aqui no blog (Mulher 7 por 7), se defendendo das acusações e afirmando que Cristiane sempre tentou impedi-lo de ver Joanna, além de ter sonegado informações sobre seu estado de saúde.
Cristiane nos procurou e deu nova entrevista, com intuito de fazer esclarecimentos. Ela acredita que o indiciamento por tortura é apenas o começo de um processo que, em sua opinião, deveria terminar em acusação de homicídio. “Eu tenho certeza de que a intenção dele era matar a Joanna e não apenas maltratá-la”, diz.
A alienação parental“Nunca impedi André de ver a Joanna. Ele é que desaparecia por longos períodos, que chegaram até a dois anos. Ele diz que eu troquei sete vezes de endereço. Não é verdade. Morei em apenas três lugares, mas ele provavelmente incluiu nesta lista os endereços dos meus pais e da minha irmã, onde por vezes foi buscar a Joanna. Sempre o informei do novo endereço, algumas vezes por telegrama, já que ele não atendia minhas ligações. Inclusive, quando me mudei para Campos de Jordão, ele foi vê-la duas vezes. Ele quer falar de guarda para desviar do assunto principal, que é o que ele fez a ela em seus últimos dia de vida”.
Os mandados de busca“Todas as vezes em que ele se utilizou de mandados de busca e apreensão para ver a Joanna foi porque apareceu em minha casa em datas não combinadas. Ele fazia isso de propósito, justamente para poder ter registradas situações em que forçava a visitação da filha. Apesar de tudo, sempre tentei evitar que Joanna assistisse a brigas entre nós. Eu sempre tentei protegê-la desse estresse”
O relatório psicológico“Não li todos os relatórios porque sempre discordei deles. Considero-os tendenciosos. No relatório de 2007, resultante da denúncia que fiz sobre maus-tratos sofridos pela Joanna na casa do pai, Joanna foi ouvida por apenas cinco minutos e foi induzida a dizer algumas coisas. No de 2009, que resultou na inversão da guarda, ela não foi ouvida pelas psicólogas. Eu fiz uma representação contra essas profissionais na corregedoria e acredito que foi um erro elas não serem retiradas do caso.”
Os remédios“É verdade que Joanna usou um calmante (Neuleptil) esporadicamente desde que tinha alguns meses de vida. Ela sofria de terror noturno. Havia fases de melhora, mas ela piorava sempre que vinha da casa do pai e a médica muitas vezes receitou de novo, para que ela tivesse uma qualidade de vida melhor. Mas nos últimos dois anos não tomava mais nada. Estava perfeitamente saudável. E se tomasse, eu jamais sonegaria esta informação de alguém que estaria com ela por 90 dias. Não me consta que ela tenha tomando antidepressivo, apesar da informação de que há uma receita médica neste sentido.”
O indiciamento“Não fiquei surpresa com o indiciamento do André por tortura, porque o laudo falava por si mesmo. Mas aguardo que venham outras acusações. Espero que os contatos que ele tem na Justiça desta vez não impeçam que ele seja punido. Eu acredito que ele tinha a intenção de matar a Joanna. Quem viu o corpo dela sabe do que eu estou falando. Espero que a Justiça seja feita, mas não vou parar por aí: estou me preparando para processar a juíza e as psicólogas envolvidas na inversão de guarda que tirou a Joanna de mim.”

3 comentários:

  1. É um absurdo o que certos "pais" fazem aos filhos que deveriam proteger e dar carinho...
    Contém com nosso apoio à sua luta, e com nossa solidariedade. Estamos juntos conta a impunida/injustiça sempre!
    Deus está do nosso lado. Força.

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  2. Nem no reino animal se vê tanta barbárie. E ainda dizem que eles são irracionais. O mundo está doente!

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