Mãe de Joanna Marcenal diz ter ficado chocada com declarações do pai da menina sobre laudo do IML

RIO - A mãe da menina Joanna Marcenal, a médica Cristiane Cardoso Marcenal, disse ter ficado chocada com o fato de o pai da criança, o técnico judiciário André Rodrigues Martins, ter convocado, nesta quinta-feira, uma entrevista, para, segundo ela, comemorar o resultado do laudo emitido pelo Instituto Médico Legal sobre a morte da menina:

- Não aguento mais essa dor. As informações do laudo relatam um cenário de tortura pelo qual minha filha passou. Ela morreu de meningite herpética por causa das condições subumanas e degradantes a que esteve submetida na casa do pai.

Na tarde desta quinta-feira, André Marins defendeu-se das acusações de que teria praticado maus tratos contra a filha , morta em agosto em consequência de meningite. Suspeito de ter amarrado e mantido a criança em condições precárias de higiene, ele confirmou que chegou a atar as mãos da criança com um fita crepe, segundo Andre, por orientação de uma psicóloga consultada por ele.

André argumentou que o laudo do Instituto Médico Legal (IML), finalizado quarta-feira, não reforça a versão sustentada pela mãe de Joanna, de que a filha era agredida pelo pai.

- O laudo não me responsabiliza. Diz que a Joanna estava em situação de aparentes maus-tratos, mas não relacionou isso ao período em que estava comigo - afirmou André.

A respeito dos hematomas e marcas semelhantes a queimaduras encontradas no corpo da menina, o pai as atribui as sucessivas convulsões sofridas por Joanna:

- O laudo foi incapaz de identificar a origem dessas lesões. Por isso, não tenho nenhum medo de ser indiciado por coisa alguma. Como serei incriminado por algo que os peritos não sabem causa?

André criticou ainda atuação da polícia e prometeu uma recompensa de R$ 3 mil a quem fornecer pistas sobre Alex Sandro da Cunha Silva, o falso médico que prestou atendimento a Joanna no Hospital RioMar, na Barra. Estudante de medicina da Unigranrio, ele teve a prisão decretada, mas está foragido:

- Já que o poder público está mais interessado em investigar as lesões no bumbum da minha filha do que encontrar o responsável direto pela morte da Joanna, decidi agir com meus próprios meios.

Ele afirmou ainda que vai processar a ex-faxineira da sua casa, que relatou à polícia ter visto Joanna amarrada e suja de urina e fezes.

Delegado-titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, Luiz Henrique Marques, responsável pelo caso, enviou questionamentos aos peritos do IML sobre as marcas no corpo da menina.

 Estamos investigando e, até o momento, não tenho elementos para indiciar mais ninguém - resumiu o delegado.

Joanna morreu no dia 13 de agosto de meningite causada por herpes, depois de passar 26 dias internada num hospital em Botafogo. Ele deu entrada na unidade de saúde com hematomas nas pernas e sinais de queimaduras nas nádegas. A mãe da criança responsabiliza o pai da menina.

Ele, porém, atribui as lesões a convulsões sofridas por Joanna.

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