O juiz do 3º Tribunal do Júri, Guilherme Schilling Pollo Duarte, começou a ouvir hoje, dia 26, durante audiência de instrução e julgamento, as testemunhas de acusação da médica Sarita Fernandes Pereira e do estudante de medicina Alex Sandro da Cunha Souza, que atenderam no Hospital Rio Mar, Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, a menina Joanna Cardoso Marcenal Marins, falecida em 13 de agosto último. No início da audiência, que começou às 14h30, o magistrado acolheu pedido do Ministério Público e desmembrou o processo em relação ao réu Alex Sandro, uma vez que ele está foragido e não foi citado pessoalmente. A audiência continuará no dia 16 de novembro, quando serão ouvidas mais duas testemunhas arroladas pelo MP e as demais de defesa da ré. Ao final dos depoimentos, o juiz negou o pedido de revogação da prisão preventiva da acusada.
O perito médico-legista do Gate (Grupo de Apoio Técnico do MP), Sergio Cunha, primeiro a ser ouvido, disse que o atendimento realizado pela médica Sarita, no dia 16 de julho, foi falho pois, para uma vítima apresentando quadro convulsivo, seria necessário tratamento medicamentoso imediato, para acabar com a crise, seguido de exames neurológicos, a fim de afastar uma hipótese de meningite ou traumatismo craniano, que poderiam levá-la a óbito. Após, de acordo com ele, deveriam ser feitos exames complementares. “Neste atendimento, a menina deveria ter ficado internada em observação e não liberada como foi”, disse.
Entretanto, indagado pela defesa, o perito descartou a irregularidade no atendimento realizado no dia 15 de julho, por outra médica. Segundo ele, neste dia, a menina chegou ao Hospital de Jacarepaguá com queixas respiratórias e problema no joelho. “A médica fez o exame neurológico devido e, por estar tudo normal, liberou a criança”, explicou.
O perito médico-legista do Gate (Grupo de Apoio Técnico do MP), Sergio Cunha, primeiro a ser ouvido, disse que o atendimento realizado pela médica Sarita, no dia 16 de julho, foi falho pois, para uma vítima apresentando quadro convulsivo, seria necessário tratamento medicamentoso imediato, para acabar com a crise, seguido de exames neurológicos, a fim de afastar uma hipótese de meningite ou traumatismo craniano, que poderiam levá-la a óbito. Após, de acordo com ele, deveriam ser feitos exames complementares. “Neste atendimento, a menina deveria ter ficado internada em observação e não liberada como foi”, disse.
Entretanto, indagado pela defesa, o perito descartou a irregularidade no atendimento realizado no dia 15 de julho, por outra médica. Segundo ele, neste dia, a menina chegou ao Hospital de Jacarepaguá com queixas respiratórias e problema no joelho. “A médica fez o exame neurológico devido e, por estar tudo normal, liberou a criança”, explicou.
A mãe de Joanna, a médica Cristiane Cardoso Marcenal Ferraz, em depoimento que durou cerca de duas horas, alternando firmeza e muita emoção, disse que somente teve notícias da internação de sua filha no dia 19 de julho. Segundo ela, uma amiga do pai da criança ligou para o hospital onde ela trabalhava e, não se identificando, contou onde a menina estava. “Desde a inversão da guarda provisória, eu não tinha contato com minha filha. O pai não permitia. Mesmo assim, ainda tentei algumas vezes. E ele respondeu uma vez através de um torpedo que Joanna estava bem”, contou.
Perguntada pelo juiz qual o estado da criança quando ela foi levada ao pai, Cristiane foi firme ao afirmar que Joanna nunca apresentou convulsões, que tinha a carteira de vacinação em dia e que era saudável. “Ela era totalmente hígida, nem as doenças infantis comuns ela teve”.
O relato da mãe ao descrever o estado em que encontrou sua filha no hospital foi comovente. “Encontrei ela tão machucada, muito magra, com roupas apertadas, talvez de uma irmã mais nova. Quando fui trocá-las, vi cortes nos dois pés, um bem profundo na cabeça, uma hematoma subgalial (galo) na nuca, uma enorme queimadura na região dos glúteos e outra abaixo da clavícula, equimoses e escoliações, além dos pezinhos e das mãos muito inchados. Ela já estava com morte encefálica irreversível”, disse.
Durante o depoimento, Cristiane afirmou que 10 dias antes de Joanna ser levada para a casa do pai, fez na menina uma tomografia “de brincadeira”. “Como assistíamos ao seriado “House”, Joanninha queria saber como funcionava, então fizemos, mas em um primeiro momento não teve resultado. Só depois dos acontecimentos, que o solicitei ao arquivo do hospital”, explicou.
Perguntada pelo juiz qual o estado da criança quando ela foi levada ao pai, Cristiane foi firme ao afirmar que Joanna nunca apresentou convulsões, que tinha a carteira de vacinação em dia e que era saudável. “Ela era totalmente hígida, nem as doenças infantis comuns ela teve”.
O relato da mãe ao descrever o estado em que encontrou sua filha no hospital foi comovente. “Encontrei ela tão machucada, muito magra, com roupas apertadas, talvez de uma irmã mais nova. Quando fui trocá-las, vi cortes nos dois pés, um bem profundo na cabeça, uma hematoma subgalial (galo) na nuca, uma enorme queimadura na região dos glúteos e outra abaixo da clavícula, equimoses e escoliações, além dos pezinhos e das mãos muito inchados. Ela já estava com morte encefálica irreversível”, disse.
Durante o depoimento, Cristiane afirmou que 10 dias antes de Joanna ser levada para a casa do pai, fez na menina uma tomografia “de brincadeira”. “Como assistíamos ao seriado “House”, Joanninha queria saber como funcionava, então fizemos, mas em um primeiro momento não teve resultado. Só depois dos acontecimentos, que o solicitei ao arquivo do hospital”, explicou.
Depois de Cristiane Marcenal, veio o terceiro depoimento, da neuropediatra Ana Paula Lemos Fernandes, que disse ter atendido Joanna, pela última vez, em janeiro de 2008, devido a distúrbios de sono, segundo ela, próprios da idade. Comentou que a menina fez uso do medicamento Neuleptil e que o deixou de tomá-lo de forma gradativa. A médica disse ainda que a menina começou a usá-lo com um ano e pouco de idade, pois apresentava irritabilidade e sono agitado sempre que voltava das visitas ao pai.
Logo após, a 4º testemunha de acusação, Alessandra Santos da Silva, médica do Hospital das Clínicas de Jacarepaguá, disse ter recebido a menina em quadro instável, inspirando cuidados. Ela estava desacordada, monitorada e fazendo uso de macro nebulização, só respondendo a estímulos dolorosos. “Na emergência, fizemos os exames clínicos e laboratoriais, além de uma tomografia de crânio, entubando a Joanna por volta da meia-noite”, explicou.
A médica, que recebeu o plantão do colega José Eduardo, falou ainda que não pode ser feito na paciente, no entanto, a punção lombar pois o quadro dela, que era grave, não permitia, e poderia ocasionar uma parada cardíaca. Alessandra falou ainda que a menina não apresentou convulsões na sua frente, mas fez movimentos com a mão que poderiam sugerir quadro neurológico, não reparando, naquele momento, se ela apresentava lesões ou não pelo corpo, pois a preocupação era outra. Perguntada se um médico pode delegar funções a um não médico, respondeu que não, pois poderia comprometer o tratamento por não estar capacitado. Confirmou, ainda, que Joanna deu entrada naquele hospital em crise convulsiva, segundo relatos anteriores do médico José Eduardo.
Logo após, a 4º testemunha de acusação, Alessandra Santos da Silva, médica do Hospital das Clínicas de Jacarepaguá, disse ter recebido a menina em quadro instável, inspirando cuidados. Ela estava desacordada, monitorada e fazendo uso de macro nebulização, só respondendo a estímulos dolorosos. “Na emergência, fizemos os exames clínicos e laboratoriais, além de uma tomografia de crânio, entubando a Joanna por volta da meia-noite”, explicou.
A médica, que recebeu o plantão do colega José Eduardo, falou ainda que não pode ser feito na paciente, no entanto, a punção lombar pois o quadro dela, que era grave, não permitia, e poderia ocasionar uma parada cardíaca. Alessandra falou ainda que a menina não apresentou convulsões na sua frente, mas fez movimentos com a mão que poderiam sugerir quadro neurológico, não reparando, naquele momento, se ela apresentava lesões ou não pelo corpo, pois a preocupação era outra. Perguntada se um médico pode delegar funções a um não médico, respondeu que não, pois poderia comprometer o tratamento por não estar capacitado. Confirmou, ainda, que Joanna deu entrada naquele hospital em crise convulsiva, segundo relatos anteriores do médico José Eduardo.
O médico José Eduardo Ferreira de Figueiredo, também do Hospital das Clínicas de Jacarepaguá, Zona Oeste da Cidade, foi a 5ª testemunha de acusação a falar. Ele disse que Joanna deu entrada em estado grave, trazida pela madrasta e que o pai estava na recepção preenchendo a papelada. Ele administrou logo o medicamento Diazepam para acalmá-la, já que estava em crise convulsiva, para em seguida proceder com exames, que detectaram um quadro extremamente grave de edema cerebral. “Vendo o quadro grave iniciei logo um antibiótico por suspeita de meningite, já que não tinha histórico pregresso da paciente, e pedi que ela fosse removida com urgência para um outro hospital”, afirmou.
Ele disse que foi informado que a criança apresentava há alguns dias crises convulsivas e esfíncter – falta de controle das fezes e do xixi. O médico explicou ainda que o tratamento da meningite demora em média de 15 a 20 dias, com administração de antibióticos de terceira geração.
A 6ª a depor foi a médica plantonista do Hospital Amiu, de Botafogo, Débora Silveira, que atendeu Joanna no dia 19 de julho, por volta das 7h30. Segundo ela, o quadro da menina era gravíssimo, com instabilidade hemodinâmica, pressão baixa e coma profundo. Ela comentou que notou lesões na altura da clavícula direita e alguns hematomas nas pernas. “Clinicamente ela estava em morte encefálica”, explicou a médica, que disse ter sido difícil colher o histórico da paciente pois as informações não eram objetivas.
Ele disse que foi informado que a criança apresentava há alguns dias crises convulsivas e esfíncter – falta de controle das fezes e do xixi. O médico explicou ainda que o tratamento da meningite demora em média de 15 a 20 dias, com administração de antibióticos de terceira geração.
A 6ª a depor foi a médica plantonista do Hospital Amiu, de Botafogo, Débora Silveira, que atendeu Joanna no dia 19 de julho, por volta das 7h30. Segundo ela, o quadro da menina era gravíssimo, com instabilidade hemodinâmica, pressão baixa e coma profundo. Ela comentou que notou lesões na altura da clavícula direita e alguns hematomas nas pernas. “Clinicamente ela estava em morte encefálica”, explicou a médica, que disse ter sido difícil colher o histórico da paciente pois as informações não eram objetivas.
Mas que uma das suspeitas foi a meningite. Em relação a um dos atendimentos no Rio Mar, a médica disse que não teria liberado Joanna ainda desacordada e que investigaria melhor o quadro convulsivo. Indagada pela defesa se no primeiro atendimento, dia 15, se a criança apresentasse liberação de esfíncter, qual seria o procedimento dela. A médica respondeu que seria adequado, dependendo do histórico, realizar exames antes de liberação.
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O quadro convulsivo pela demora de prestar socorro. A doença progrediu com maior rapidez. Rapidez essa que deveria ter partido de quem detinha sua guarda... Se no convívio com o pai sofria maus-tratos como seria possível não apresentar distúrbios de sono como sono agitado e irritabilidade??? A tristeza que ocasionou talvez a parca alimentação que resultou numa baixa imunidade e que se aproveitou a doença que se instalou... Tudo isso somado à OMISSÃO DE QUEM DEVERIA E TINHA A OBRIGAÇÃO EM PRESTAR-LHE SOCORRO IMEDIATO, POIS DETINHA SUA GUARDA... A justiça brasileira tem em mãos o dever e a obrigação de estudar com muita parcimônia e cuidado quando da transferência da guarda de nossas crianças... Não haveria que se falar em transferir a guarda quando se verifica que uma criança está feliz e bem cuidada... Nossas crianças não merecem ficar mais à mercê da própria sorte!!! Se essa criança fosse ouvida, de verdade OUVIDA, quando reclamou do papai André, talvez não tivesse sido ceifada sua vida!!! Não é justo somente punição para os assassinos!!! Deve-se reavaliar a questão de troca de guarda seriamente! Quando vale a pena e quando há ameaça maior em detrimento da vida de uma criança!!!
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