segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Defensor público se manifesta sobre o caso

O defensor público Antonio Carlos de Oliveira afirmou nesta segunda-feira que as lesões nas nádegas da crianças, semelhantes a queimaduras, foram provocadas por substância química ou ação física.

"Esse laudo vem corroborar com outros elementos de convicção que já tinha no inquérito policial. Ele está na linha do depoimento da babá, dos médicos que prestaram socorro à Joanna no hospital. O documento também comprova que as cicatrizes e feridas no corpo da menina foram provocadas por traumas. Para nós houve homicídio por parte dos médicos, mas por parte do pai e madrasta houve tortura e homicídio qualificado", afirmou Oliveira à Folha.

De acordo com o laudo, a criança morreu no dia 13 de agosto em consequência de uma meningite viral desenvolvida a partir de herpes. "Os peritos afirmam que a doença pode ser consequência de baixa imunidade. Depois que a menina foi liberada do hospital ainda desacordada, o pai e a madrasta sabiam que ela corria risco de morrer. Eles se comprometeram a levar o laudo [no dia seguinte] pela manhã e não o fizeram, ficaram com ela em casa naquelas condições que a babá descreve -- com as mãos e os tornozelos amarrados no meio das fezes e da urina -- por mais de 24 horas", disse o defensor.

O delegado titular da Dcav (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima), Luiz Henrique Marques Pereira , afirmou que ainda é cedo para acusar alguém. Ele disse que analisa o laudo do IML e avalia se será necessário realizar novas diligências.

"É prematuro acusar alguém agora, mas acredito que o inquérito esteja concluído até sexta-feira (15)", disse o delegado.

OUTRO LADO

A Folha tentou contato com o serventuário da Justiça André Marins, pai de Joanna, mas não conseguiu localizá-lo. Na semana passada, ele afirmou que o laudo do IML comprova sua inocência. A mãe da criança, a médica Cristiane Marcenal Ferraz, acusa Marins de ter maltratado a filha.

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