quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O horror de Joanna

A primeira grande prova da culpa de André Marins veio da própria Joanna, nos seus últimos dias de vida.

Relembrando os acontecimentos, uma pessoa que se identificou como amiga de André ligou para Cristiane Marcenal, para lhe avisar que sua filha estava em estado gravíssimo no hospital e esta pessoa, sensibilizada, não achava justo a mãe sequer ter ciência desta situação.

Desesperada, Cristiane foi para o Rio e ficou ao lado da filha no leito do hospital até que o pior aconteceu, Joanna não resistiu e acabou por falecer.

Durante a internação de Joanna, Cristiane, após perceber no corpo da filha várias lesões que não condiziam com a suposta doença que os médicos alegavam que ela teria, entrou com o pedido de suspensão da guarda para que André não visitasse mais Joanna.


A principio a Dra Claudia suspendeu a guarda, porém voltou atrás em sua decisão, amparada pela promotora Dra Elisa Pitaro, e autorizou novamente as visitas de André.


Sendo assim, ficou definido que cada familia teria direito de visitar Joanna no hospital em dias alternados. Nos dias em que a familia materna tinha direito de visitação, mãe, padrasto, avó e amigos se revezavam o tempo todo com Joanna. Nos dias que a familia paterna tinha a visitação, as vezes aparecia alguém durante uns minutos. O pai continuava trabalhando e frequentando as aulas no EMERJ (escola preparatória para pessoas que pretendem prestar concurso para juiz). Nestes dias a familia materna fazia plantão na calçada em frente ao hospital, à espera de notícias.

Detalhe sórdido é que a promotora Elisa Pitaro, a mesma que opinou pela reversão da guarda para André e pela manutenção do direito de visitação quando Joanna estava internada no hospital, era professora dele no EMERJ, fato que, por lei, a impediria de atuar no processo, pois conhecia uma das partes. Esta mesma promotora foi denunciada por colegas de curso de Andre que relataram que durante as aulas elas falavam mal da mãe de Joanna e denunciaram que ela orientava a forma como André e seu advogado deveriam agir no processo.


Pois bem, foi durante uma destas raras e rápidas visitas de André à filha que estava hospitalizada que Joanna deu provas para sua mãe da culpa do pai. Quando o pai de aproximou dela naquela noite, a menina, que estava em quadro estável, teve uma súbita parada cardíaca. Provavelmente o horror de relembrar tudo o que o pai/carrasco havia feito lhe causou tamanho desespero ao ponto de seu coraçãozinho não suportar.

Cópia do prontuário médico daquela noite


Após esta ocorrência, Cristiane Marcenal passou a ter certeza de que a hipótese que ninguém queria que fosse verdade estava se materializando: o pai de Joanna a havia torturado e matado.

Agora, deixo para vocês o recado da mãe de Joanna:

Eu imploro a vocês que estejam no dia 10/01 na audiência ,às 12h e que assinem ,por favor e repassem este abaixo assinado.Tenham misericórdia do grito de socorro de minha filha que não foi ouvido porque decidiram que ela deveria morrer!

http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N4961

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Depois do Natal


2011 chegará! 

Este foi o pior ano de minha vida!

Passei o natal com a família,tive que ouvir essas indagações:

Minha filha disse à avó “que gente grande não chora ,só minha mãe porque a Joanna foi pro céu ,ela chora no quarto de dormir.Eu choro também”

Meu filho me perguntou “Mãe , você também vai morrer?”

Recebi um recado de um menino de 9 anos:”Tia Cristiane,não chore a Joanna foi pro céu e ela te ama”

O “namorado dela”,de 6 anos, que casaria com ela quando tivessem 12 anos ,segundo ela, me disse: “Tia o quarto de brincar dela continua lindo ,não chora ,ela foi pro céu,ela tá gostando do quarto”(Ele ia ao hospital quase todos os dias na esperança de fazê-la acordar quando ouvisse a voz dele)

A filha de uma amiga diz que não vai falar comigo porque vai chorar:”Tô com muita saudade,tia”

O primo dela , de 5anos, pediu pra uma tia morrer e cuidar dela no céu,”pra ela não ficar sozinha”

Os bebês que chegaram pelos quais ela tanto orou, ela não conheceu!

Não tive resposta para muitas perguntas infantis,será que as psicólogas Vânia e Roberta,em seus ofícios específicos para os quais foram tecnicamente formadas ,ou a Juiza Claudia Nascimento poderá com seu poder de deus respondê-las quando estiverem sentadas nas audiências como testemunhas do André ?

Isso mesmo essas criaturas lá estarão dispostas a defender o André da tortura e morte da Joanna.Talvez elas tenham respostas para seus filhos e netos quando isso virar história no Brasil e o nome delas estiver lá marcado pra sempre.Porque até hoje nem desculpas foram capazes de me dizer. Agora sei porque,elas vão estar ao lado do André no Tribunal.


Queridos amigos ,não se esqueçam de assinar o abaixo assinado pela JUSTIÇA para Joanna.É IMPORTANTÍSSIMO.

Lembrem-se que ela foi morta sob tortura fisica, as pessoas a viram definhar, o pai declarou que a amarrou e deixou sobre xixi e cocô e ela entrou em coma sem que pudesse novamente ver as pessoas que amou por toda a vida. Ele deve ter tido a impressão , se é que não foi isso que pai e madrasta falaram pra ela ,que foi abandonada...Minha filha amada!!!!Por favor não deixem que a sepultura da Joanna vire símbolo da impunidade e do corporativisimo dos mau- caráter da Justiça do RJ. Me ajudem a dizer à minha filha que a morte dela está sendo muita sentida ,que SEMPRE serei sua mãe ,e que não vou deixar que o esforço para sobreviver 26 dias em coma foi em vão .Eu Imploro!!!!!!!

Para assinar: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N4961

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Abaixo assinado: participem!!!

Abaixo-assinado para pedir a prisão e punição de todos os envolvidos na morte da menina Joanna Cardoso Marcenal Marins, de apenas 5 anos

Para: Presidente da República Federativa do Brasil, Congresso Nacional do Brasil, Supremo Tribunal de Justiça, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

Joanna Cardoso Marcenal Marins, de 5 anos, era uma menina linda, feliz e cheia de saúde e vida. Teve a vida e os sonhos destruídos pela tortura e crueldade, na casa de seu pai, o funcionário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, André Rodrigues Marins, e sua mulher, Vanessa Maia Furtado Marins. Para evitar que isso aconteça com outras crianças e pela memória de Joanna estamos organizando um abaixo-assinado para pedir a prisão e a punição de TODOS os envolvidos no caso: desde a juíza que reverteu a guarda, passando pelas psicólogas que produziram um laudo sem conversar com a Joanna, o avós paternos que estavam em todos os atendimentos médicos, o falso médico a e médica que contratou o falso médico.

Tudo começou em maio de 2010. A Juíza Claudia Nascimento Vieira, da 1º Vara de Família de Nova Iguaçu, com base nos relatos das psicólogas Roberta Carvalho e Vania Sueli Mafra – que nunca ouviram Joanna -, alegou que a criança sofria de alienação parental, ordenando a inversão de guarda da mãe para o pai, por 90 dias, sem que a mãe pudesse ter contato com a filha. Joanna foi entregue ao pai no fórum de Nova Iguaçu no dia 26 de maio de 2010 em perfeitas condições de saúde, atestadas e DOCUMENTADAS por funcionários do fórum. Dia 19 de julho de 2010 a mãe de Joanna recebe um recado no seu trabalho informando que Joanna estava em estado gravíssimo no Hospital Amiu, em Botafogo, no Rio de Janeiro.

Quando a família materna chega ao hospital não encontra o pai de Joanna lá e o estado se confirma. Joanna estava em coma gravíssimo, com suspeita de morte cerebral. Um choque para todos, já que Joanna nunca tinha frequentado hospitais antes, a não ser para COMEMORAR a chegada de seus dois irmãos mais novos. Assim que entrou para ver a filha, a mãe de Joanna viu que a menina estava cheia de hematomas nas pernas, nos braços, no rosto e com queimaduras na região do peito e uma queimadura enorme nas nádegas. O conselho tutelar do Rio de Janeiro foi chamado, mas não compareceu ao hospital. O conselho tutelar de Nova Iguaçu atendeu ao pedido, compareceu e constatou maus tratos.

Depois disso, foram 26 dias de angústia, sofrimento e plantão 24 horas da família materna e de amigos, que NUNCA deixaram Joanna sozinha por um minuto sequer, mesmo quando proibidos pela mesma Juíza Claudia Nascimento Vieira. É exatamente isto que você leu. Mesmo em coma gravíssimo, depois de alguns dias em que Joanna estava internada no hospital, a juíza ordenou que as famílias maternas e paternas tivessem dias alternados de visitas. Durante os dias de visita da família paterna, os familiares não demoravam nem 10 minutos no hospital. Enquanto isso, a família materna passava dias e noites do lado de fora do hospital para apoiar a mãe de Joanna, Cristiane Cardoso Marcenal Ferraz que, mesmo sendo médica e sabendo do estado gravíssimo da filha, acreditava em um milagre. Foram longas horas de oração, sofrimento e muita solidariedade.

Durante alguns dias, a avó paterna de Joanna, Helena Marins, ligava para o hospital para dar diferentes versões do que tinha acontecido com Joanna e os motivos dos ferimentos. TODOS os relatos estão documentados nos prontuários médicos, inclusive uma parada cardíaca que Joanna teve assim que o pai a visitou no hospital. Mas, infelizmente, Joanna não resistiu e no dia 13 de agosto faleceu. Com ela foi embora toda a alegria e a esperança de um mundo melhor, a vida de sua mãe, o sorriso de seus irmãos (que ela amava de paixão), de seu padrasto e de todas as pessoas que conviveram com ela durante os seus 5 anos de vida. Muito pouco tempo. Deixou saudades que o tempo não vai curar e uma dor que nunca vai passar.

Depois de sua morte, apareceram vários relatos de que Joanna sofreu diferentes tipos de tortura física e psicológica dentro da casa do pai e, como se não bastasse, ainda foi atendida por um falso médico no Hospital Rio Mar. Enquanto esteve com André, Joanna passou por alguns hospitais, inclusive com a presença de seus avôs paternos, sendo atendida pelo nome de sua irmã paterna, Maria Eduarda Maia Furtado Marins em algumas consultas. Seria uma forma de ocultar o que estava acontecendo com Joanna? Em uma das poucas vezes que falou com a imprensa, André confessou, em rede nacional, que deixava Joanna amarrada no chão e suja de fezes e urina. Na mesma ocasião fez questão de avisar que PERSEGUIRIA qualquer pessoa que se colocasse contra ele.

Vale lembrar que além de trabalhar no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, junto com uma tia que é promotora, André utiliza o corporativismo a seu favor. Em uma das vezes que não devolveu Joanna para a mãe, em 2007, quando o oficial de justiça foi até o apartamento de sua mãe para verificar se Joanna estava lá, o mesmo foi ameaçado pelo então Deputado Federal Antonio Carlos Biscaia, casado com a tia promotora de André. Todo este episódio foi documentado pelo oficial de justiça e constava no processo de visitação de Joanna. Além disso, em 2007, em uma das voltas da visita de Joanna, foi constatado pelo IML que ela sofreu maus tratos. Este processo ficou parado durante 3 anos. Este ano, enquanto Joanna estava internada no hospital, chegou até a família materna uma gravação da promotora Elisa Pitaro durante uma aula onde ela fala que conhece André e que ia arquivar esse processo de 2007. Só nesta ocasião a família materna soube que a promotora do primeiro caso de maus tratos contra Joanna era Elisa Pitaro, que era professora de André na Escola de Magistratura do Rio de Janeiro.

Uma seqüência de tragédias tirou a vida de Joanna. Não podemos ficar quietos, não podemos deixar que um caso como esse seja esquecido e termine em impunidade por conta da influência de seus envolvidos. Uma criança indefesa e inocente morreu sem ter ajuda. Não conseguiremos trazê-la de volta, mas agora precisamos lutar, para que a partir da punição dos envolvidos, possamos evitar que outros anjinhos sejam vítimas da insensatez humana. Faça a sua parte, participe desse abaixo-assinado e nos ajude a mostrar a indignação de toda a sociedade brasileira.

NOME DAS PESSOAS ENVOLVIDAS NO CASO JOANNA:
Pai: André Rodrigues Marins (preso)
Madastra: Vanessa Maia Furtado Marins (em liberdade)
Médica: Sarita Fernandes Pereira (estava presa mas foi solta dia 16 de dezembro)
Falso Médico: Alex Sandro da Cunha (fugitivo)
Avô paterno: José Gomes Marins
Avó paterna: Helena Marins Rodrigues Marins
Psicóloga do fórum de Nova Iguaçu: Roberta Carvalho
Psicóloga do fórum de Nova Iguaçu: Vania Sueli Mafra
Juíza: Cláudia Nascimento Vieira
Promotora: Elisa Pittaro

Mais sobre o caso, consulte o site: http://casojoannamarcenal.blogspot.com/

Onde vcs podem assinar? Acesse http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N4961

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mensagem de Natal por Cris Marcenal

20 de outubro de 2004
 
Foi o dia mais feliz da minha vida.Joanna nascia linda,l inda e cheia de saude. Se quiserem podem vê-la no site da Casa de Saúde São Jose, ainda esta lá, apesar dela não existir mais. Ela viveu tão pouco que muitas coisas materiais duraram mais tempo que ela.

13 de agosto de 2010

Eram quase 18h, minha família proibida judicialmente pela Dra Claudia do Nascimento de ver a Joanna aquele dia, então pemanecíamos sentados na calçada da AMIU eu, minha mãe ,marido e alguns parentes que se revezavam em vigília para estar com a Joanna.Porque a ordem judicial dizia que os dias pares seria da família materna e os impares da paterna, mas eles só davam uma passadinha rápida por lá ,nem todos os dias, no máximo 30 min, de conversa com o médico porque sequer punham a mão sobre ela.Temos todas as mães daquela UTI que viam a cena e tinham vontade de vomitar ao vê-los encenar a visita. Agora sabemos porque. Como puderam ser tão incompetentes e não terminar logo com “aquilo”. ELES NÃO CONTAVAM COM O PODER DE DEUS e a capacidade de resistência da minha filha para denunciar o que fizeram com ela.E ela só tinha 5 anos.

Pois bem o Dr.Hilton me chama e diz : ela não responde mais aos medicamentos, já tentamos tudo. Entrei e sentei-me ao lado dela dizendo que estava lá e que ela ia partir, mas eu ia ficar, que quando chegasse ao céu, desfrutasse enfim de paz,consolo e colo, colo do Senhor Jesus que deve tê-la abraçado com todo amor.”Deixai vir a mim as criancinhas porque delas é o Reino dos céus”.Segurei sua mão inchada abracei-a com toda minha força, seria minha ultima vez no seu corpo quentinho e  esperei pelo ultimo batimento e ela foi ficando cianótica despedindo da vida e de mim. Pobre de mim que fiquei. Naquele momento só havia amor : eu e a imensa vontade de mostrá-la que eu estava la´. Era sua mesa de sacrificio e eu a entreguei a Deus,não  porque quisesse, mas porque não havia como evitar. Naquele dia não haveria outro milagre,senão o da Joanna chegando à Glória de Deus.

Nestes dias de festas é óbvio não teremos festas, nossa família foi decepada,estamos sem um pedaço, sem o qual não aprendemos sobreviver. Sobra talher rosa sobre a mesa, sobra uma poltrona na sala, sobra uma cama no quarto, cabides no guarda-roupas, lanche na merendeira e o ano letivo não terminou pra ela . Ela não soube ler e escrever o que queria. Não conheceu a Disney, não viu a neve, não pôde andar no carrinho de bate - bate no parque...

Dia 15 de agosto de 2010

Entregaram-me o corpo de minha filha gelado , aberto do pescoço ao púbis e suturado , é claro após a necropsia , a da cabeça é  preferível não descrever  visto que muitos amavam Joanna , não vão suportar e nem precisam saber como é isso,mas eu, eu sou médica.Não consigo descansar um minuto sequer ao pensar nos horrores a que fora submetida minha filha naquela masmorra. Dizem os prontuários que há 15 dias apresentava disfunção de esfíncter segundo depoimentos de médicos, declarado pelo pai.(Alguém já soube o que acontecia quando eram torturados os presos políticos desta nação  ou os judeus dos campos nazistas?Eles se urinavam e defecavam sem querer.)Vocês viram o Zeu sendo preso? E com o maior cuidado ele mesmo se entregou tal era o pavor! O que a babá viu e o pai admitiu não é nem o início do que passou minha filha,talvez aquele tenha sido um momento de recuperação para ela ,um intervalo para a próxima sessão. Amarrada pés e mãos sobre cocô e xixi num tapete dentro do closet que termina ao lado da cama onde dormiam Vanessa e André, devia dar-lhes algum prazer vê-la gemer .O quarto é no segundo andar da cobertura e o closet bem em frente à cama dos torturadores.Eu já estive naquela masmorra.

Não é minha intenção destruir também o Natal de vocês, mas eu lhes peço ,tendo em vista que a 1º audiência será dia 10/01 que essa semana antes que preparem suas ceias e comemorem com suas famílias a alegria do Natal peçam a Deus, uma só vez que seja, essa semana,  por todos nós. E curtam seus Natais cheios da máxima alegria, felicidade e bagunça que a vida lhes puder oferecer. Nós éramos assim. Portanto só lhes imploro um presente bem pequeno e tão grande que pode mover o Brasil inteiro : Não se esqueçam da minha Joanninha, ela sofreu demais pra ser esquecida naquela sepultura sem Justiça!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Recurso contra decisão da juíza que deu a guarda a Andre

Processo nº:
0005479-11.2007.8.19.0038 (2007.038.005435-0)

Tipo do Movimento:
Despacho

Descrição:
Encaminhe-se com urgência a Eg. Câmara a informação, ora elaborada.
Mantendo-se cópias nos autos. Informação em separado. Nova Iguaçu, 18 de
agosto de 2010. Ofício Gab. nº 29/2010 Ref. Ofício nº 1550/2010 de 04 de
agosto de 2010. Agravo de Instrumento nº 0035827-24.2010.8.19.0000
Senhora Desembargadora Relatora: Em atenção ao ofício epigrafado, sobre
o Agravo de Instrumento interposto nos autos de nº 2007.038.005435-0 que
trata de AÇÃO DE REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS promovida por JOANNA
CARDOSO MARCENAL MARINS representada por CRISTIANE CARDOSO MARCENAL
FERRAZ, ora agravante, em face de ANDRÉ RODRIGUES MARINS, ora agravado,
cumpre-nos informar primeiramente que a agravante atendeu ao que dispõe
o art. 526 do Código de Processo Civil. Saliento que deixo de prestar as
informações requeridas, ante a notícia do falecimento da menor Joanna e
a conseqüente perda de objeto do feito. Aproveito o ensejo para
apresentar os nossos protestos de estima e consideração. Atenciosamente.
CLAUDIA NASCIMENTO VIEIRA Juíza de Direito À Exmª. Srª. Drª. MARIA
AUGUSTA VAZ M.D. Desembargadora Relatora da 1ª Câmara Cível do Tribunal
de Justiça

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

André Marins continuará preso

Atualizando as notícias sobre o andamento do Habeas Corpus de André, confirmamos que a liminar que acompanha o pedido já foi julgada e negada.

Como o forum entrará em recesso hoje, voltando no dia 07 de janeiro, o Habeas Corpus só entrará na pauta para julgamento depois desta data.

Vários canais na mídia informaram que o HC de André teria sido negado, porém, o que aconteceu foi a redistribuição porque os dois primeiros desembargadores se declararam impedidos de analisar o caso.

Sendo assim, o mérito do caso, ou seja, o pedido em si, só será analisado depois do dia 07 de janeiro.

De acordo com o andamento postado abaixo, o responsável será o desembargador Antonio José Ferreira Carvalho

Data do Movimento:16/12/2010 15:28
Magistrado:Relator
Motivo:Despacho/Decisao
Magistrado:DES. ANTONIO JOSE CARVALHO
Órgão Processante:DGJUR - SECRETARIA DA 2 CAMARA CRIMINAL
Destino:GAB. DES ANTONIO JOSE FERREIRA CARVALHO

Ainda as críticas sobre o parecer

Além dos pontos já ressaltados, ainda existe muita coisa no mínimo estranha no parecer confeccionada pela procuradora de justiça Delma Acioly.

Uma dessas aberrações é uma procuradora aplaudir o fato de André ter burlado o plano de saúde, uma vez que ele alega ter declarado na ficha de admissão do hospital o nome de sua outra filha para que Joanna, que ele alega não teria plano, pudesse ser atendida naquele hospital. Ora, sendo assim todos que tem mais de um filho, a partir de agora, estão autorizados pela Drª Delma Acioly a pagar plano de saúde para apenas um deles e usar a mesma carteirinha para todos.

Na pág 130 e 131 ela diz que ele é funcionário "deste Tribunal e aluno da EMERJ", portanto, melhor que qualquer outro assassino e deve ser solto. Detalhe: Ele é funcionário do tribunal de Justiça e não deste tribunal, uma vez que ela pertence ao Ministério Público, outro órgão da Justiça ,que aliás deve ser o fiscal da Lei, e nós temos que fiscalizar o fiscal.

Na pág 126 ela diz QUE ELE PODE PERSEGUIR as testemunhas porque é direito dele, porque na verdade ele não diz que vai ameaçar, mas vai processá-los. Ocorre que na coletiva além de CONFESSAR O CRIME, ele diz claramente que vai PERSEGUIR E PROCESSAR (aditivamente) as pessoas que tentam incriminá-lo.

Sem mais no momento.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Médica do caso Joanna foi solta nesta quinta, diz secretaria do Rio


A médica Sarita Fernandes Pereira, acusada de homicídio, na forma omissiva, contra a menina Joanna Marcenal Marins, foi solta na tarde desta quinta-feira (16). Ela estava presa em Bangu. A informação foi confirmada pela Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) do Rio.
A Justiça revogou, na terça-feira (14), a prisão da médica. De acordo com o defensor público, Antônio Carlos Oliveira, a defesa vai avaliar se entrará com pedido para rever a decisão. “Entendemos que ela deve aguardar o julgamento em reclusão”, afirmou a defesa. Segundo Oliveira, o alvará de soltura foi expedido na quarta-feira (15).
A menina, de 5 anos, morreu em decorrência de uma meningite contraída do vírus da herpes, em agosto.
Um parecer favorável a soltura do pai de Joanna Martins, André Rodrigues Marins, também na terça-feira, desesperou a mãe da criança, Cristiane Marcenal. “Uma promotora não pode ter sentimentos por alguém que matou a própria filha”, disse, emocionada.


De acordo com o defensor público, para dar o parecer favorável, a promotora alegou que André Rodrigues Marins tem residência fixa, presunção de inocência, não tem condenações anteriores e é funcionário do judiciário. “As alegações são verdadeiras, mas ele ameaçou uma testemunha, não pode esperar o processo em liberdade”, disse Oliveira. Para o defensor, o Ministério Público entrou em contradição ao dar o parecer favorável. O pai de Joanna será julgado no dia 10 de janeiro.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio, o juiz condicionou a liberdade provisória da médica à apresentação do passaporte, que ficará acautelado em cartório. Ele determinou a comunicação da decisão ao Departamento de Polícia Federal de Controle de Fronteiras e Imigração para impedir saída da médica do Brasil.

Até quando?

Joanna foi torturada e morta pelo seu próprio pai e sua madrasta por causa de um erro que teve início em uma decisão totalmente equivocada e irresponsável de uma juíza de direito.

Até quando o Judiciário vai ser conivente com esta barbaridade?

Não ao Habeas Corpus!!!

Cadeia para André e Vanessa Marins!!!

Justiça por Joanna!!!

O que este parecer me parece?

O parecer da procuradora de justiça Delma Acioly mais me parece um rascunho mal remendado escrito por um estagiário que até pode saber alguma coisa da teoria do direito processual e material penal, mas que não sabe nada da vida.

Confesso que já me sinto farta de me deparar com decisões e pareceres impregnados de frases prontas, que talvez seus autores considerem de impacto como "o réu está amparado pelo princípio da presunção de inocência" ou "tem residência fixa e bons antecedentes". Cansativo...

Muito me espanta uma desembargadora assinar um parecer onde afirma-se que o requisito de manutenção da ordem pública através da prisão cautelar não encontra-se presente. E vai Além. Afirma que a jurisprudência não considera a gravidade do crime e sua hediondez justamente em um momento em que vemos serem aprovadas mudanças no Codigo de Processo Penal pelo Senado e que um dos pontos principais destas mudanças é justamente a inclusão da gravidade do crime como novo requisito para ensejar prisão preventiva.

Excelentíssima desembargadora, os cidadãos brasileiros estão fartos de verem pessoas que deveriam ser os verdadeiros baluartes da justiça fechando seus olhos para a realidade, dando maior enfase à letra fria da lei em detrimento ao objetivo maior do Direito, a efetiva justiça.

Já a afirmação de que as anotações criminais existentes na ficha de André, em observância ao principio da presunção de inocência, devem ser simplesmente ignoradas, considero uma verdadeira afronta, um verdadeiro escárnio.

Como esquecer que este sujeito agrediu praticamente TODAS as mulheres que cruzaram seu caminho? Vamos também fechar os olhos para estes fatos, assim como a juíza Drª Claudia fez ao ordenar a inversão da guarda que teve como desfecho a morte de uma menina de 5 anos?

O judiciário está em débito com a família de Joanna. Esta conta jamais poderá ser paga. Resta agora a todos os envolvidos no caso aplicarem a lei da forma mais rigorosa possível, porque foi o judiciário quem arrancou Joanna de seu lar e a entregou nas mãos deste monstro que a torturou por dias e dias a fio até conseguir matá-la.

Chega de legalismo Excelentíssimos. É hora de ter coragem e não de se enconder atrás dos códigos.

Parecer da procuradora de Justiça Delma Acioly








Habeas Corpus redistribuido



Data do Movimento:15/12/2010 16:44
Órgão Julgador:SEGUNDA CAMARA CRIMINAL
Relator:DES. JOSE AUGUSTO DE ARAUJO NETO
Motivo Redistribuição:Afastamento do desembargador relator
Compensa:Não
Observação:redistr. p/ afastamento Des. Relator (Des. José Mu





Sempre que um processo chega ao Tribunal é feita uma distribuiçao por sorteio que vai determinar qual dos desembargadores (que são juizes que atuam em segunda instância) irá julgar aquele caso.

O Desembargador Jose Muinos se declarou impedido de julgar o processo que tem Andre como réu. O que isso significa? Todo juiz/desembargador precisa ser imparcial para julgar os casos sob sua responsabilidade. Se o juiz, ao receber o processo, percebe que se enquadra em uma das hipóteses de impedimento previstas no Código de Processo Civil ele tem que se declarar impedido e passar o processo para outro colega julgar.

Foi o que ocorreu com o julgamento do HC de André Marins.

Como houve pedido de liminar, terá que ser apreciado mesmo durante o recesso forense. Portanto, nos próximos dias, deveremos saber a decisão do Tribunal de Justiça do Rio sobre a concessão ou não da liberdade.

Como não houve qualquer mudança no panorama que levou Andre à prisão, acreditamos que a prisão será mantida.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Justiça revoga prisão da médica acusada de homicídio contra Joanna


Ela é acusada de homicídio da menina na forma omissiva. 
Defensor público já entrou com pedido para revogar a decisão.

A Justiça revogou, nesta terça-feira (14), a prisão da médica Sarita Fernandes Pereira, acusada de homicídio, na forma omissiva, contra a menina Joanna Marcenal Marins. De acordo com defensor público, Antônio Carlos Oliveira, a defesa já pediu revogação da decisão. “Vamos esperar até está quinta-feira (16), mas entendemos que ela deve aguardar o julgamento em reclusão”, afirmou a defesa. A médica pode ser solta ainda nesta quarta-feira (15). Segundo o defensor, o alvará de soltura já foi expedido.

A menina, de 5 anos, morreu em decorrência de uma meningite contraída do vírus da herpes, em agosto.

Um parecer favorável a soltura do pai de Joanna Martins, André Rodrigues Marins, também na terça-feira, desesperou a mãe da criança, Cristiane Marcenal. “Uma promotora não pode ter sentimentos por alguém que matou a própria filha”, disse, emocionada.

O pai de Joanna, o técnico judiciário, foi preso no dia 25 de outubro, no Tribunal de Justiça do Rio, onde ele trabalha. O Ministério Público do Rio já tinha feito o pedido de prisão preventiva dele e da madrasta de Joanna, Vanessa Maia, pelos crimes de tortura com dolo direto e homicídio qualificado por meio cruel. A prisão de André foi decretada pelo juiz Guilherme Schilling, do 3º Tribunal do Júri.

Médica negou contratação de falso médico
A médica Sarita afirmou, no dia 6 de dezembro, durante audiência no 3º Tribunal do Júri, no Rio, que não foi responsável pela contratação do falso médico Alex Sandro da Cunha, mas sim a administração do Hospital Rio Mar, da Barra da Tijuca. A médica é acusada de homicídio, na forma omissiva, contra a menina Joanna Cardoso Marcenal Marins.

Procurada pelo G1 na época, a assessoria do Hospital Rio Mar informou que Sarita foi a responsável direta pela contratação do falso médico, já que estava havia 5 anos na unidade e atuava como coordenadora da pediatria.

Ainda segundo o Rio Mar, Sarita teria orientado o estudante a trabalhar somente à noite e, ainda, evitar conversar com outros funcionários para não levantar suspeitas. O hospital informou também que a pediatra já havia trabalhado com o falso médico em outro hospital.

Sobre o parecer do MP

Muita estranheza me causa um Procurador de Justiça opinar pela concessão do Habeas Corpus e consequentemente, pela soltura de André Marins.

Na curta vida deste processo, já entendemos que André é uma pessoa perigosa. Um homem covarde que coleciona vários inquéritos e boletins de ocorrência que vão desde ameaças até agressões, onde figuram como vítimas, invariavelmente, mulheres.

André é o tipo de pessoa que se aproveita da superioridade física devido a sua compleixão masculina para fazer valer sua palavra na base da força e do medo.

Sabemos que na análise da prisão processual não se deve entrar no mérito da questão que irá ser julgada neste processo, que é a morte de Joanna. Por mais que todas as provas estejam contra ele e por mais que o próprio André tenha praticamente confessado a tortura impingida por ele à Joanna, o que o mantem preso agora é a possibilidade de atrapalhar a instrução criminal e a grande probabilidade de ameaça às testemunhas que aos poucos vem contribuindo para a total solução deste caso macabro.

Sendo certo que o Defensor Público que representa a familia de Joanna (nem especifico mais que é da familia materna que falo, pois, depois dos últimos acontecimentos, os considero a única familia de Joanna), também se tomou de total indignação e estará, ainda hoje, concedendo uma entrevista coletiva para argumentar e esclarecer as razões de se manter este monstro chamado André Marins atrás das grades.

Para quem tiver interesse, a entrevista coletiva será concedida:

 
no prédio da Defensoria Pública Geral do Estado do Rio de Janeiro (DPGERJ) Av. Marechal Câmara nº 314 - 2º andar -
paras às 17:00hs para explicar esses motivos pela NÃO CONCESSÃO DA ORDEM DE SOLTURA REF. AO HC e também sobre a Ação Criminal
(Queixa-Crime) ajuizada contra a promotora Elisa Pitaro q. era professora do André na EMERJ e sobre o Processo Disciplinar contra a
Juíza da 1ª Vara de Família de Nova Iguaçu - Claudia Nascimento Vieira e as Psicólogas da referida Vara.

MP opina a favor da liberdade para André Marins


FASE:
Parecer do MP
Data do Movimento:
14/12/2010 15:57
Observação:
Pela concessão da ordem.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Mais contradições

Como já era esperado, a cada dia nos deparamos com mais e mais contradições neste caso. A medida que mais testemunhas e réus são ouvidos, mais se desmente as versões dadas por André e Vanessa.


O que temos aqui é a ficha de admissão de Joanna no RioMar, preenchida pela Dra Sarita, a mesma médica que também está sendo processada como responsável pela morte de Joanna.

Se compararmos o endereço fornecido por André quando do fornecimento dos primeiros dados necessários para a admissão em um hospítal veremos que os endereços não batem.


Além disto, Dra Sarita também dá informações controversas. Ela afirma que Joanna está "desmaiada e chorando". Como isto seria possível?

Enfim, até o final do processo e a condenação dos envolvidos, ainda nos depararemos com muitas mentiras e contradições. É o que resta agora aos responsáveis pela morte de Joanna: mentir da forma mais deslavada possível.

André Marins jamais teve a intenção de salvar Joanna

Arrolado como testemunha, o pediatra que cuidou de Joanna desde o seu nascimento, Dr. Wanderley Porto, acrescentou ao processo informações muito importantes, que, em conjunto com outras provas do processo, mostram de maneira inequívoca que a versão da promotoria de que Andre Marins, pai (?) de Joanna, e sua esposa, Vanessa Marins torturaram e mataram a menina é, infelizmente, o que realmente ocorreu.

Em esclarecimento às questões levantadas pelo juiz, Dr. Wanderley disse que Joanna já não fazia uso do remédio que André alegou que ela tomava desde 2008.

Explicou que o medicamente então usado (em 2008), não é considerado forte, confirmando as afirmações de outros dois médicos que já haviam declarado isto à justiça, um neuro-pediatra e um pediatra.

Acrescentou que o remédio tinha a finalidade de tratar uma doença de origem EMOCIONAL.

Declarou que André e Vanessa o conheciam bem, sabiam todos os seus telefones, inclusive porque já o haviam procurado para atender suas filhas. Concluiu que, sendo assim, Andre e Vanessa podiam ter entrado em contato com ele, o que seria o mais lógico a fazer, uma vez que ele era o pediatra que havia acompanhado Joanna durante toda sua vida, tinha conhecimento de todo seu histórico.

Por fim, frisou que se André e Vanessa tivessem a intenção de salvar a vida de Joanna, teriam procurado a ele, se assim não fizeram foi simplesmente porque não era essa a intenção deles.

Diz-se que neste momento reinou um silêncio profundo na sala de audiência. Muito provavelmente os presentes estavam se perguntando como alguém pode ter sido tão covarde a ponto de deixar uma menina de 5 anos morrer desta forma.

O único som que se podia escutar era o choro abafado de Cristiane Marcenal. Não é possível imaginar a dor que o seu coração de mãe sente ao ouvir este tipo de coisa.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ficha de Admissão do ultimo hospital pelo qual Joanna passou



Palavras de Cristiane Marcenal:

"Estive pensando... minha filha morreu REALMENTE torturada ,não só fisicamente como emocionamente, alguém que viveu com todos esses cuidados morreu com pés e mãos amarradas deitada sobre cocô e xixi num tapete dentro de um closet a gemer ,sem sequer poder abrir os olhos porque ardiam.Suas últimas 24hs antes da morte cerebral clínica foram em estado de coma superficial provavelmente sobre o mesmo tapete nas mesmas condições ,no segundo andar de uma cobertura onde ninguém pudesse ouví-la,confirmado pelo pai no atendimento do hospital de clinicas de Jacarepagua´onde o pai relata estar há 24h descordada!Vc deixaria seu animal de estimação assim? Pois é aqueles que se diziam sangue do seu sangue fizeram assim com ela...O que mais a Joanna passou naquele cativeiro sem que eu pudesse ter acesso a ela.Que outros horrores terá sido submetida minha filha?Quem pagará por terem trucidado a vida o corpinho dela aos poucos?"

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Mãe de Joanna fala sobre o laudo do IML


Estou me preparando emocionalmente para ler com t-o-d-o-s   os detalhes o laudo do IML e do GATE feitos na Joanninha. Quem me vê sabe que não consigo pronunciar o nome da minha filha sem chorar,tal o estrago que fizeram nela. Para que tenham noção da violência os policiais me pediram pra não ler o laudo na delegacia ,por amor de seus próprios filhos...com lágrimas nos olhos.
O meu Defensor não me permite aproximar dos detalhes do processo e pra que saibam o que acontece naquelas audiências quando se fecham as portas, ele pergunta sempre se eu REALMENTE quero ficar. Porque não sou obrigada ,mas vou estar lá sempre. É a minha filha  embora teimem em usar esse verbo no passado porque ela está morta! Cada vez que algum depoente começa a detalhar as lesões  o próprio Juiz Dr Guilherme Shilling Pollo manda discretamente que alguém me sirva água.(Na verdade eu nem tinha percebido que era ordem dele ,mas um amigo me chamou atenção para o fato,e da última vez pude contemplar o gesto,discreto,cheio de autoridade,firme e delicado.Aliás como devem ser os homens da Lei, gente por trás da toga. Seres humanos antes de tudo . Penso que é isso mesmo que diferencia os seres inteligentes dos” meio-limitados”, o segundo grupo precisa ser arrogante pra não demonstrar sua incapacidade , o primeiro não precisa da avaliação de ninguém, sabe quem é e porque veio.)
Não se preocupem eu mesma lhes informarei as lesões de Joanna, caso me permita o desfecho do processo. Só não o farei se prejudicar o resultado.  A cada audiência saio massacrada pela quantidade de novas informações que se amontoam nesta tragédia que se tornou a morte de minha filha,porque a vida ,ah a vida dela  foi muito feliz. Ela era muito feliz e amava a mim e seus irmãos. Que orgulho ela tinha deles!Fico a pensar como guardar amor em caixinhas pra mostrá-los quando crescerem o quanto ela os amava e cuidava deles. Acho impossível!
Na última audiência Dra Sarita ao ser indagada pela promotora se após o atendimento ,quando a Joanna  já estava lúcida,  havia conversado com ela  a resposta foi “NÃO!!!!!!!!!!!!Ela só tinha 5 aninhos”. Me poupem a Joanna escrevia e lia muitas palavras. Ela saberia dizer o numero do telefone de casa e do meu celular. São essas coisas que tenho ouvir e calar. E isso me destrói aos poucos.
Vou lhes prometer uma coisa: Até o dia 10 /01 vocês saberão de TUDO que eu souber  sobre o que aconteceu com minha filha.Tenho a impressão que ela deixou de ser minha e virou NOSSA ,NOSSA JOANNA!


Que Deus continue te abençoando e te renove asforças a cada dia ,assim como a das águias...
Em Cristo,Cris.

Andamento processual

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Homenagem para Joanna por Cristiane Marcenal


JOANNA CARDOSO MARCENAL MARINS

Em seu último aniversário,de joanninha ,à espera dos amiguinhos na sua última festa de sua curta vida




Texto de ALDIR BLANC,companheiro de dor,Choro para bandolim,a quem peço perdão pela ousadia de adaptá-lo para homenagear minha tão amada filha.  

Choro Pra Joanna

Tenho uma filha enterrada em Mesquita,
enterrada junto com milhares de olhares meus
que, sobre sua agonia, suplicavam que vivesse,
enterrada junto com outros meros números
nas estatísticas falsificadas
de nossa mortalidade infantil.

Tenho um futuro enterrado ,um deles,
enterrado junto com os passeios de mãos dadas
e uma bicicleta rosa
que não encostamos na relva suja
de nossas praças miseráveis.

Filha,enquanto apodreces,
minha carne se retesa de amor
pelas meninas brasileiras.

Estou pra sempre livre da necrofilia
porque fui abençoado por um instante
de luz em teus olhos escuros,
por um filete de sangue
de tuas narinas pequenas,
pela tua agonia sem metáforas
que me transformou nessa rebelde,
nessa inconformada,
nesse ser agora diferente de você
visceralmente diferente de você
ansiosamente diferente de você
mortalmente diferente de você.

Às vezes, julgo te reconhecer
na igreja, de joanninha na arca de Noé,
numa peça de princesas, com sobrancelhas pintadas de lápis,
em casa a espera dos gorros feitos para serem usados na copa
de 2010 quando já não  podias mais me ver porque te proibiram
o direito a ver tua mãe viva,
pequena correndo atrás de animaizinhos,
criança, de pés descalços e mão cheinha de balas

Às vezes, penso que ficaste soterrada
nos escombros de um barraco
durante a chuvarada,
ainda na casa de teu pai
ou que estavas entre as crianças
no circo que pegou fogo,
na epidemia fatal de poliomielite, de burocratite,
na bala perdida,
no trem descarrilado,
no avião perdido por aí,
no bueiro aberto ou no escapamento de gás,
no fio de alta-tensão desencapado
ou na AMIU onde permaneceste por quase um mês inteiro.

Mas não. Estás enterrada em Mesquita,
ancorada na sepultura
e és terra, pó, lixo, talvez uma pequena flor amarela
que ninguém sabe o nome.

Dorme, filhinha, teu desperto sono
de coisa em transformação
que, no coração do Rio de Janeiro,
eu, tua mãe e péssima poeta,
velo ainda por tua lembrança
no momento derradeiro
até o interminável abraço que seremos
um dia: eternamente vivas ao lado do Pai.

TUA SEMPRE MÃE: CRISTIANE