Menina que teria sofrido maus-tratos segue em coma na UTI

A menina de 5 anos que teria sido vítima de maus-tratos e foi liberada desacordada do  Hospital Rio Mar, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, permanece internada em coma na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Amiu, em Botafogo, na Zona Sul da cidade. Ela está internada desde 19 de julho, após passar por dois hospitais. No Rio Mar, a criança não passou pelos exames que poderiam comprovar se ela tinha uma inflamação bacteriana.

De acordo com o chefe da UTI do hospital Amiu, Hilton Magno Corrêa, o quadro de saúde da menina é estável. Ela respira com o auxílio de aparelhos, tem pressão arterial e frequência cardíacas estáveis.

"Ela não tem morte encefálica, ela tem atividade cerebral", afirmou o médico ao G1, na noite desta sexta-feira (6), acrescentando que a criança continua recebendo soro e antibióticos.

Além disso, Hilton Corrêa informou que a marca nas nádegas da menina – que segundo o laudo do IML, poderia ser uma queimadura – apresenta melhora. Novos exames serão realizados na próxima semana para avaliar o quadro da paciente.

Os médicos ainda não sabem o que causou o edema e originou o coma na menina.

Já o delegado Luiz Henrique Marques, da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav), informou nesta quinta que continua à procura do falso médico que prestou atendimento à criança no Hospital Rio Mar, mas procurou não dar mais detalhes, já que "são diligências sigilosas".

O Disque-Denúncia já recebeu quatro ligações com informações sobre o paradeiro do falso médico. Imagens do circuito interno do Hospital Rio Mar também podem ajudar a polícia na identificação do criminoso.

A pediatra Sarita Fernandes Pereira e o coordenador de emergência do Hospital Rio Mar, Antônio Carlos de Oliveira Bastos, prestaram depoimento na segunda-feira (2) sobre o  falso médico. O homem teria liberado a menina usando o nome do médico André Lins de Almeida, que afirmou à polícia que “nunca trabalhou no Hospital Rio Mar, nem tampouco atendeu a menor citada”.

Mãe acusa pai por ferimento

Os pais da menina travam desde o nascimento da filha uma batalha judicial pela guarda da criança. A mãe acusa o pai pelo ferimento na menina. No entanto, o pai desmente a acusação. De acordo com o laudo do IML, as marcas podem ter sido causadas por ações químicas ou térmicas, em um intervalo de 30 a 45 dias, tempo que a menina está sob a guarda do pai, que conseguiu a posse depois de comprovar na Justiça que a filha sofria de alienação parental. A mãe foi proibida pela Justiça de ver a filha durante 90 dias.

A criança convive com o pai há cerca de dois meses. A professora da menina durante esse período prestou depoimento à polícia em 26 de julho e disse que a aluna nunca reclamou de dores para sentar e se ausentou das aulas por cerca de sete dias antes de ser internada. Na ocasião, o pai falou para a professora que a filha estava com crise de sinusite.

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/08/menina-que-teria-sofrido-maus-tratos-segue-em-coma-na-uti.html