Mãe participou de audiência que pretende ouvir pediatra que atendeu menina.
Pediatra é acusada de contratar falso médico em hospital que atendeu criança.
A mãe da menina Joanna, a médica Cristiane Marcenal, foi a segunda testemunha a depor no Tribunal de Justiça do Rio, na tarde desta terça-feira (26). Ela e mais de 30 testemunhas, além da pediatra do Hospital Rio Mar, Sarita Pereira, serão ouvidas pelo juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte. Sarita contratou o falso médico que atendeu a menina dias antes dela entrar em coma.
Após o depoimento de 40 minutos ao juiz, Cristiane falou com jornalistas e se mostrou satisfeita com a prisão do pai de Joanna, o técnico judiciário André Marins, na segunda-feira (25).
“O que eu posso dizer é que nunca tive dúvidas que minha filha sofria maus-tratos, só não tinha noção do tamanho desses maus-tratos. Nunca imaginei nem nos meus piores sonhos que minha filha sofria tanto na vida. Mas pelo menos estou vendo que tem justiça neste país, hoje eu vi que esse prédio bonito (o Tribunal de Justiça do Rio) serve pra alguma coisa, não apenas pra enfeitar”, disse a mãe de Joanna.
O pai e a madrasta da menina, Vanessa Maia, foram denunciados pelo MP. Apesar disso, o juiz indeferiu nesse primeiro momento o pedido de prisão feito em relação à madrasta, segundo informou a assessoria do TJ nesta terça. Ainda segundo o TJ, o juiz pode, no entanto, reconsiderar sua decisão à medida que as provas surjam no processo.
Por causa do grande número de testemunhas, o juiz ainda não decidiu se a pediatra será ouvida ainda nesta terça. A audiência também seria para ouvir o ex-estudante de medicina que atuava como falso médico e que atendeu Joanna Marcenal Marins. Ele, que já teve a prisão decretada, segue foragido desde o dia 10 de setembro.
O TJ afirmou que dentre outros crimes, a médica é acusada de homicídio doloso, na forma omissiva, e o falso médico, por exercício ilegal da medicina com resultado da morte da menina Joanna.
Exame de tomografia
Ao juiz, Cristiane contou que a filha fez uma tomografia dias antes de ser entregue ao pai, em maio deste ano. Ela disse que o exame foi feito sem necessidade e para atender a curiosidade da filha. Segundo Cristiane, Joanna costumava assistir em sua companhia a série americana House, que conta o cotidiano de um hospital, e por isso quis conhecer como funcionava um tomógrafo.
A mãe de Joanna revelou que ao tomar conhecimento que a filha estava internada no CTI do Hospital Amiu, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, ela pediu o resultado da tomografia e constatou que a menina não sofria de nenhum problema neurológico. Em entrevista coletiva concedida a jornalistas no início de outubro, o pai da menina, André Marins disse que a filha tomava medicamentos de uso controlado. Nesta terça, a mãe novamente negou a versão de André.
Hematomas pelo corpo
No depoimento, ela relatou ainda que não teve contato com a filha durante o período que a guarda estava com o pai. Cristiane afirmou que ficou em estado de choque quando viu que Joanna estava suja, com as unhas grandes e com hematomas e escoriações espalhados pelo corpo. Uma das marcas era nos glúteos e, segundo o laudo do IML, seria queimaduras causadas por ações térmicas ou químicas.
“Em nenhum prontuário dos três hospitais que ela passou tinha o detalhamento dessas escoriações que ela tinha pelo corpo. Só no último é que foi relatado a mancha nos glúteos. Ema uma das unidades, minha filha foi submetida a uma sonda na uretra, então tenho certeza que eles viram todos esses macucados”, relatou a mãe ao juiz.
Apesar das críticas feitas aos prontuários, Cristiane não quis se pronunciar sobre a punição da pediatra Sarita Pereira.“Isso eu deixo para a Justiça, eles é que podem decidir por alguma coisa”, resumiu Cristiane.
Para mim está mais do que claro que eles recorreram a um falso médico para que não se levantasse inquérito sobre as marcas de agressão na menina.
ResponderExcluirMuita cara-de-pau da madrasta ir ao enterro. Mais do que isso, completo desrespeito.
Sinto pena de suas filhas, agora "órfãs" de dois pais vivos. Talvez seja até melhor para elas crescerem longe de dois assassinos.
Nós não fazemos nada para nós mesmos, e sim para a nossa descendência. Quem agride o próprio sangue barbaramente assim jamais sairá ileso. E quem maltrata uma criança desta forma jamais será perdoado pela sociedade.