segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Em depoimento, babá afirma que viu Joanna amarrada


O segundo depoimento da tarde desta segunda-feira (10) na audiência sobre o caso da morte da menina Joanna Marins, foi o da babá Gedires Magalhães. A empregada, que teve contato durante três dias com a criança, contou que encontrou a garota com mãos e pés amarrados e suja de fezes e urina no primeiro dia.
Questionada pelo juiz, Gedires disse que a criança estava vestida apenas com uma calcinha e uma blusa leve, mesmo estando frio naquele dia. A empregada disse ainda que era possível ver machucados no tórax de Joanna.
A babá falou que André (o pai da criança) contou que Joanna estava amarrada porque tinha tido convulsões e precisava ser presa para não se machucar.
Durante os outros dois dias que teve contato com a criança, Gedires disse que não viu nada de anormal. Apenas percebeu que Joanna estava muito quieta, como se estivesse doente.
- A menina não conversava muito, disse apenas que sentia saudade da avó materna, e não brincava como as irmãs que pareciam saudáveis.
André falou para babá que não limpasse ou tocasse na criança. Que isso eram recomendações médicas. A empregada achou melhor respeitar a orientação.
Impressionada com a situação em que encontrou Joanna no primeiro dia, a empregada entrou em contato duas vezes com o Disque-Denúncia.
No final do depoimento da babá, a mãe de Joanna agradeceu pelo testemunho dela. As duas trocaram um longo abraço. Durante todo o tempo, André e Vanessa (a madrasta) permaneceram de mãos dadas e com a expressão tranquila.
Coragem
Para a mãe da menina Joanna, a médica Cristiane Marcenal Ferraz, a empregada é a testemunha mais corajosa do processo.
- Essa mulher é a mais corajosa. Ela veio sozinha, sem filho, marido ou advogado. Encontrei-me com ela hoje pela primeira vez e foi muito emocionante.


Um comentário:

  1. Cristiane, a babá Gedires é corajosa porque é gente, é humana, quando viu a cena de uma criança indefesa naquele estado, indignou-se porque deve ser também pessoa justa, que não gosta de injustiças, que não se acomoda vendo atrocidades e monstruosidades. Não aceitou o que viu e presenciou apesar de ouvido mentiras. Percebeu que ligando em busca de ajuda para o disque-denúncia estaria aliviando a amargura de não poder ter feito nada pela Joanna e livrando a criança daqueles monstros!!! Não a conheço mas só uma pessoa digna de ser chamada de ser-humano, sensível e boa, seria capaz de fazer o que ela fez, depor na justiça por Joanna. Até porque, conviver com aquela cena que um dia assistiu sem nada fazer, seria difícil conviver com a cobrança de sua própria consciência. Essa mulher é verdadeiramente PESSOA DE VALOR!!!

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